Resenha do filme Rain Man.
Direção de Barry Levison. 1988. EUA. Drama. Autores Dustin Hoffman, Tom Cruise, Valeria Golino, Michael D. Roberts, Lucinda Jenney, Bonnie Hunt, e Beth Grant.
Charlie, um pequeno negociador, ganha a vida investindo em carros importados. É filho de um milionário. Cresceu numa família composta apenas por seu pai, pois sua mãe veio a falecer por causa de um mau súbito. Desde criança a relação entre pai e filho foi bastante conturbada. Charlie desejava agradar, ser admirado por seu pai, porém nada satisfazia a paternidade, - Penso que a insatisfação e apatia vinda do pai ocorria devido a decisões drásticas, e também por perder a sua esposa precocemente. O resultado de uma relação familiar desestruturada, Charlie deixa o convívio de seu pai, logo depois de ter sido denunciado por roubo de carro pelo mesmo, e preso, ainda na adolescência.
Depois de longos anos afastados, Charlie recebe um telefonema sobre o falecimento do pai, por conseguinte busca o testamento e descobre que herdou um carro antigo, um jardim com rosas híbridas; e que todo o dinheiro ficou para um beneficiário.
Descontente, Charlie busca o beneficiário da herança, descobre que tem um irmão autista, - o Raymond, primogênito da família, recluso numa instituição e dono de uma herança de 3 Milhões de Dólares.
Raymond apresenta um grau de autismo que o possibilita efetuar cálculos com diferentes níveis de dificuldade apresentando destreza; realiza leituras de obras clássicas, listas e decora tudo; porém " há um impedimento que prejudica a entrada sensorial, e a maneira que é processada. Raymond aprende, se comunica, e expressa afetivamente de maneira diferente da convencional, na qual lhe é exigido uma rotina, rituais em seu dia a dia."
Charlie ficou surpreso por ter um irmão, porém indignado em saber que o pai escondeu por toda a vida outro filho, este que, tinha uma deficiência, e era sem noção do valor de uma herança milionária.
A ambição do Charlie pela herança em dinheiro o fez sequestrar seu irmão. Logo que houve esse "encontro" dos irmãos percebi que o filme seguiria uma linha mais cômica do que dramática por causa da forma como Charlie responde às carências do Raymond, e, também, devido as cenas bem dirigidas das " manias", por exemplo, da loja de cuecas, da TV portátil, respostas óbvias, tudo com muita leveza.
O diretor soube transmitir de forma leve o Transtorno do Espectro Autista (TEA), a proporcionar um encanto pelo Rayn; e repeito pelo Charlie. Embora a falta de preparo, e ignorância sobre a deficiência do irmão, Charlie soube lhe dar com as especificidades, sem ignorar suas "manias", ou idiotizá-lo, ou tratá-lo como criança. E, também mostrou sua fragilidade humana, pois gritou com o Rayn, se estressou, tinha outros interesses além de conhecer o irmão. Não há porque esconder que os responsáveis por autistas também precisam de suporte.
O descontentamento de Charlie pelos 3 milhões de dólares o levou a um caminho que ele jamais tinha pensado percorrer, depois de adulto, o estreitar vínculos.
Assista!!!
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